sábado, 8 de janeiro de 2011

2004 - Os filhos pródigos querem voltar


Manhã, 5h15. Cresce o movimento na Estação Rodoviária. De todos os cantos vão surgindo, com os primeiros raios de sol, pessoas com olhos inchados de sono que se movimentam automaticamente. Muitos se conhecem pelos nomes e são amigos dos vendedores de passagens e dos motoristas, como Macart, "o motorista dos estudantes". Todos formam uma espécie de grande família, solidária no caminho serra acima. Muitos são estudantes, pequenos filhos de Santos indo estudar na Capital e na região do ABC.
Sandra Silvestre, 18 anos, espera impaciente sua amiga Rosy Neves, 19 anos. Rosy não tarda e juntas marcam a passagem, como todos os dias, preocupadas em chegar às 7h30 na Faculdade Ibero-Americana, onde estudam línguas. Sandra e Rosy estão dispostas, afinal, não é segunda-feira e não precisam enfrentar a fila no guichê de passagem que, no início da semana, toma grande parte da área de circulação da Rodoviária.
As duas meninas querem ser tradutoras-intérpretes e, por isso, dormem todos os dias às 21 horas e levantam às 4h30. "Temos só cinco horas diárias para cuidarmos da gente, tomar banho, comer..." Elas gastam, por mês, mais de 40 mil cruzeiros e fazem questão de discriminar as despesas, demonstrando muita preocupação financeira. Quanto ao futuro, elas têm um objetivo: arrumar um bom emprego. Mas sabem que em Santos será difícil: "Eu gostaria muito de poder ficar aqui", afirma Sandra, com expressão de lamento, antes de entrar no ônibus.
O estudante de Publicidade, Nívio Peres Filho, embarca no ônibus seguinte da ponte rodoviária. Mas antes reforça o sonho de Sandra: "Quando me formar, gostaria de ficar aqui, mas não tenho muitas ilusões..."
Os ônibus se sucedem, todos lotados, levando estudantes - parte do futuro de Santos - e profissionais - parte de seu presente

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Fonte: Novo Milênio

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